Poética

já no começo
da conversa

transformo
nada
em
coisa nenhuma

: ou
vice-versa.

Saída de emergência

sem carinho
nem amor
falta luz
falta calor

transformo
em cobertor
meu tapete
voador.

Loucura

Quando te vi
pela primeira vez
- meus olhos
começaram a existir

: arranquei-os
pra enxergar melhor.

Poluição

todo dia
é um
espetáculo

que o Sol
assiste
escondido.

as batidas
do coração
drenando

um mar
de silêncio

Quase 3:00 hs da tarde...

e essa vontade
de fechar os olhos
apagar o sol

e deixar o escuro
no escuro.

Trama

quando a gente se abismar
( Corpo beirando Corpo )
todas as linhas do mapa
vão tecer nosso Destino
então vamos nos perder

costurados Um no Outro

e na paisagem
onde Tudo será
o mesmo emaranhado de Nós.

Resumo-resposta

em
noites
de
sol

minha
pele

sua.

Namorados

sempre
assim
pelo
nome
sobrenome

: de
Querido

- a Vida
me
chama

de dentro
da
palavra
Amor.

Fruto - Delírio

o deserto
é a casca
- o sol
o caroço

o Oásis
é a polpa
: e Nós
os sabores

desAmor

perdi
minha
capacidade
de
te inventar

- toda
linda
maravilhosa
( a Mulher
dos
meus sonhos )

: e agora/
agora
você
não existe
mais

nem menos.

Amor

somos
um par
de Olhos

na
paisagem

somos
Um
do outro

: a
Paisagem

Musa

sua
língua
em
minha
orelha

acende
o
poema

cresce
abs/
trato
é cobra
é pau
ave

e
orelha
também.

in finito

no chuveiro
a Musa
irriga
a pele
solo fértil
( a parede
do
Mistério )

: germina
poesia
acaricia
versos
lambe rimas
morde eros

e
eu sinto
suas prêsas
fixas
no instante
( em mim )

e sorrio
eu sou rio
& sou mar
gens.

Limitação II

não sei
onde
dorme
a palavra
Paz

nem
como
acordá-la
da
guerra.

Reflexo

tenho um silêncio
pra te mostrar
( no espelho )

- quando o Sonho
amanhecer...

Verdade

eu tenho um Sonho
pra te mostrar
( no espelho )

quando o Silêncio
amanhecer...

Epitáfio

deito aqui
os ossos
sem alma
e memória
: restos
apenas

de tudo
aquilo que
até ontem
eu era
- não sou
mais

: navio
e tripulação
(de amores)

- fantasmas.